Podcast – Episódio 4 – Linguística: Dialetologia e pesquisa no Jalapão

Neste episódio convidamos a Profa. Dra. Greize Silva que falará sobre sua pesquisa “Atlas Linguístico Topodinâmico e Topoestático do Estado do Tocantins (ALiTTETO)” e da atual pesquisa dialetológica no Estado mais novo da Federação. Também conversamos sobre o Atlas Linguístico do Brasil (ALiB) e da pesquisa em campo no Jalapão, que ficou conhecido pela novela global “O outro lado do paraíso”.

Informações sobre a pesquisadora: http://lattes.cnpq.br/4978318468793519

Textos científicos da dra. Greize: https://scholar.google.com.br/citations?user=gGZyZPQAAAAJ&hl=pt-BR&oi=ao

https://anchor.fm/patricia-andrea-borges6/episodes/Episdio-4—Lingustica-Dialetologia-e-pesquisa-no-Jalapo-e11qtrc

Mais links do Podcast:

Apple: https://podcasts.apple.com/us/podcast/pen%C3%A9lope-tecendo-o-tapete/id1569963904?i=1000526022119
Spotify: https://open.spotify.com/show/0BWgzMfYNQQAZiD3A4jKPh
Anchor: https://anchor.fm/patricia-andrea-borges6

Podcast – Episódio 3: A geopolítica e o “Falcão e o Soldado Invernal”

Neste episódio, a conversa será com a convidada Renata Lira, discente em “Gestão de Políticas Públicas” da EACH-USP, e falamos sobre os aspectos geopolíticos e históricos em torno da problemática do “Acordo de Sokovia”, os desdobramentos neste seriado da Disney. Conversamos também sobre o contexto de “indústria cultural” na criação dos heróis da Marvel (“Capitão América” e, por extensão, os próprios “Vingadores”). Além de falar sobre o fascismo abordado por Zemo ao se referir a personagem Karli Morgenthau.

Texto mencionado: ADORNO, T. Indústria Cultural. https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4179826/mod_resource/content/1/IND%C3%9ASTRIA%20CULTURAL%20E%20SOCIEDADE.pdf

Outro texto do mesmo autor sobre o assunto:
http://paginapessoal.utfpr.edu.br/cantarin/literatura-e-m-meios-digitais-ppgel/21-de-marco/A%20industria%20cultural%20-Theodor%20W.%20Adorno.pdf

https://anchor.fm/patricia-andrea-borges6/episodes/Episdio-3—A-geopoltica-e-o-Falco-e-o-Soldado-Invernal-e11bfk5

Mais links do Podcast:

Apple: https://podcasts.apple.com/br/podcast/pen%C3%A9lope-tecendo-o-tapete/id1567492016

Spotify: https://open.spotify.com/show/0BWgzMfYNQQAZiD3A4jKPh?si=kTa0HmwwTDy0MlvKfiZZQw

Anchor: https://anchor.fm/patricia-andrea-borges6

Podcast – Episódio 2 – Arqueologia, ciências e mídias: de Indiana Jones ao negacionismo científico

Neste episódio convidamos a Profa. Dra. Lidiane Carderaro que falará sobre sua pesquisa “Relações entre música e mitologia na iconografia de vasos gregos: a representação de seres mitológicos com atributos musicais”. Também conversamos sobre cinema e a representação do arqueólogo “Dr. Jones” e como passamos das ciências exaltadas no cinema e na tv, passando pela paleontologia e as ciências exatas do sitcom “The Big Bang Theory” ao negacionismo científico.

Informações sobre a pesquisadora: http://lattes.cnpq.br/7384880728387298

Textos científicos da dra. Lidiane: https://coimbra.academia.edu/LidianeCarderaro

https://anchor.fm/patricia-andrea-borges6/episodes/Episdio-2—Arqueologia–cincias-e-mdias-de-Indiana-Jones-ao-negacionismo-cientfico-e10nbiq

Podcast – Episódio 1: Pesquisa de Mestrado- Tudo começou com o Jacarandá da Bahia…

https://anchor.fm/patricia-andrea-borges6/episodes/Episdio-1—Pesquisa-de-Mestrado-Tudo-comeou-com-o-Jacarand-da-Bahia-e10fhs7

Neste episódio eu falo um pouco da minha pesquisa de mestrado (defendida no final de 2020) e como tudo começou com uma pergunta de uma colega de trabalho daqui da prefeitura do Campus da USP de São Carlos. E é isso: uma pergunta é o que te motiva, é o começo de tudo.

Na trajetória da pesquisa eu falo sobre ortografia, sociedade, história, construção de identidade, filme e… Machado de Assis (qualquer coisa é motivo para falar de Machadão!)

Para quem tiver interesse, deixo aqui o link para dissertação intitulada “Ortografia e norma : os efeitos das reformas ortográficas em alguns topônimos brasileiros”: http://repositorio.unicamp.br/handle/REPOSIP/356457.

Até a próxima!

Das coisas que não gostamos de falar – Parte 1 – Mulheres que Amam Demais

Amar demais pode ser um problema, aliás, tudo que é demais é um problema.

O vídeo é desesperador: ela implora por um amor e uma atenção que o homem diz não ter mais e não sentir mais. Isso é amar demais; é ter baixa autoestima, é não acreditar em si mesma. É uma relação extremamente obsessiva e destrutiva.

Pode haver vários tipos de Mulheres que Amam Demais, mas, a maioria acredita que não é boa o suficiente para ser amada por alguém, porque, de alguma forma, sente-se inferior ao homem. Por isso, permitem vários tipos de abusos emocionais e psicológicos, como o Gasligthing, por exemplo. Podem ter os abusos físicos, também, que fazem com que as mulheres fiquem nesses relacionamentos sem conseguirem ver o tipo de situação que vivem, sem se acharem fortes o suficientes para serem sozinhas, sem achar que podem viver sem esses amores. Porque elas não conseguem pensar em viver sem esses amores na vida delas; a vida, para elas, é impensável sem esse amor.

Só que tudo vai muito além… Há uma dependência emocional, pois, por amar demais, os parceiros tendem a se afastar por ficarem “sufocados” com a relação. Quanto mais o parceir@ tenta se afastar, mais a pessoa que ama demais quer mantê-la perto. Isso vira um ciclo vicioso de quem tem o “vício” de amar demais atrair e fazer permanecer o “viciado” em evitar…

Há outro tipo de dependência: a química. A reação química do corpo de quem ama demais é muito parecida de uma pessoa viciada em drogas. Vou explicar: quando a pessoa que você gosta conversa com você, responde o whatsapp e/ou te dá atenção por qualquer motivo, o corpo recebe uma descarga de prazer semelhante a beber, fumar. Ou seja, a mesma reação química que recebe um corpo viciado em drogas. Quando brigam e o ‘ser amado’ resolve dar “um gelo”, é como se o viciado estivesse em abstinência. Há crises de raiva, choro e, até mesmo, desespero, como a mulher do vídeo. Por isso, desesperadamente, a pessoa tenta contato com o ser amado, para voltar a sentir aquela sensação de felicidade no corpo e no cérebro.

Há mais, muito mais em tudo isso: a tendência que temos de cuidar demais dos outros, a tendência que temos de justificar demais as atitudes do namorad@, a tendência que temos de nos anular por nossos parceir@s, ciúme desenfreado, atitudes malucas por causa da pessoa amada… Podem ser características de Mulheres que Amam Demais, de Dependência Emocional (Codependência) ou mesmo Transtorno de Personalidade Borderline (Amy Whinehouse era diagnosticada como Borderline!).

A primeira vez que ouvi falar das Mulheres que Amam Demais foi na novela “Mulheres Apaixonadas”, em que a personagem de Giulia Gam, Heloísa, tinha uma relação difícil e complicada com o personagem de Marcello Antony, Sérgio. Além dos vários ataques de ciúme, Heloísa tentou matar uma moça que ela achava que “dava em cima” do marido; fez várias “loucuras de amor”, até descobrir e começar a frequentar as reuniões de MADA.

Este é mais um texto de advertência: Amar Demais não é uma bobagem, é preciso tratamento e acompanhamento. Amar Demais pode desencadear muitas outras doenças emocionais, psíquicas e físicas. Se você conhece alguém que está sofrendo, ajude. Tenha empatia. Não adianta falar que é frescura, nem jogar na cara tudo que ela está passando. Ouça, tenha empatia e mais: pense em como ajudar.

Quem quiser o livro “Mulheres que Amam Demais” da Robin Norwood, baixe aqui.

Quem quiser ler mais sobre o vício de amar, baixe aqui do PDF do livro da Pia Mellody.

Para todas as informações sobre o Grupo de Apoio das Mulheres que Amam Demais Anônimas – MADA, clique aqui.

MADA (Large)

Depressão Universitária: Uma realidade

Sim, universitários entram em depressão por diversos motivos.

O ano era 2007. Eu trabalhava como aluna-pesquisadora em uma escola municipal de São Paulo e ganhava R$ 400,00 por mês. A Universidade, felizmente, oferecia bolsa-moradia e bolsa-alimentação – se não fosse por essas bolsas, eu não conseguiria frequentar o curso; eu fazia outros “bicos” para ajudar a manter a casa: fiz muitas transcrições grafemáticas (passar áudio para texto) e tantas outras coisas que apareciam. Eu não dizia “não” para nenhum trabalho que aparecesse. Eu precisava de dinheiro.

Meus amigos de graduação me ajudaram muito! Eles compravam texto na xerox para eu estudar porque eu realmente não tinha dinheiro para comprar. Quem não comprava, acabava de ler e me emprestava porque sabia que eu precisava e não tinha como comprar. Fora os livros: eu ia para biblioteca e pegava tudo que podia porque, além de tudo, eu estava em uma universidade pública, tinha que fazer valer o dinheiro que a sociedade apostava em mim.

Era o meu terceiro ano e eu estava desolada, não conseguia ver uma “luz no fim do túnel”. Mas, eu tinha amigos, eu tinha uma universidade que dizia “nós queremos que você fique!” Mesmo assim, estava muito difícil: eu andava a pé para não gastar dinheiro com condução, eu ia para faculdade para almoçar e jantar para não comer em casa e não dar mais gastos para família, até descobri que o Instituto de Psicologia fazia “atendimento emergencial”. Eu fui porque não aguentava mais de tanta angústia.

Fiquei em “tratamento emergencial” por um mês. Conversar com alguém, naquele momento, foi crucial para minha sanidade mental. Para eu poder ver que apesar do momento que eu estava passando, eu tinha muita gente tentando ajudar e torcendo por mim.

Em dado momento alguém me perguntou: “Como assim ‘atendimento emergencial’ de psicologia? O quê esse atendimento evita?” “Evita que cortemos os pulsos”. Respondi. E é verdade. A sociedade não imagina, mas há muito suicídio entre os universitários e têm vários motivos que levam a esse ato extremo: distância da família (se a casa e a universidade não forem na mesma cidade), cobrança do próprio desempenho (quem está em universidade pública já está entre os melhores, ser “medíocre não te leva a lugar nenhum”, disse um professor da graduação no meu primeiro ano), cobrança da família (ou porque está fazendo um curso que você não tem a menor afinidade ou porque o término da graduação na universidade pública demora um pouco mais – nossa formação é diferente!) ou simplesmente não ter com quem conversar de modo aprofundado e expor seus sentimentos.

Esse é mais um texto de alerta!

A depressão universitária é uma realidade, mais uma vez, não é frescura; dizer “nossa, ele estuda em uma universidade pública conceituada e está infeliz. Que idiota!” não ajuda. Não aceitar que escolher a formação pelo filho não ajuda, não “escutar o silêncio” daquele jovem, não ajuda. Só se preocupar com as notas, não ajuda. É preciso ter empatia. Mais uma vez, não é frescura!

Se você que está lendo é um universitário e se sente deprimido, eu tenho a te dizer é que você não está sozinho. Eu sei a sua dor. Procure ajuda. Não se martirize se seu desempenho na graduação não está bom, vai melhorar. É preciso se adaptar a nova realidade. A Universidade é bem diferente do Ensino Médio. Aqui é você que se cobra, não tem professor, nem pai e nem mãe para te cobrar, quem vai determinar o seu desempenho é você. Por isso, tenha paciência, você vai se adaptar. Não se cobre demais: você já está entre os melhores. Todos terão notas boas… Se a sua nota não foi boa neste semestre, no próximo será. Se não consegue resolver sozinho, procure ajuda!

CVV

Centro de Valorização da Vida – CVV: não tenha vergonha de procurar ajuda.

Anorexia, bulimia e gordofobia

Mais uma vez os nossos adolescentes sofrem: sofrem porque se sentem isolados do mundo, poque querem ser aceitos pelo seu grupo, porque apenas esse grupo o faz se sentir inserido no mundo. Mãe, pai, família já fazem com que eles se sintam vivos, mas apenas o seu igual o faz se sentir indivíduo no mundo. Isso é muito louco! Nossos adolescentes vivem procurando lugares seguros para aceitação social, local este que faça com que se sintam confortáveis como indivíduos. Todavia, é preciso que a imagem caiba e agrade aos padrões sociais do seu meio e, os atuais padrões de beleza são verdadeiramente cruéis, para algumas pessoas, inatingíveis.

Como falei em post anterior, eu fui gorda na adolescência (e sou até hoje!) e vivia buscando formas de emagrecer… Passava horas sem comer, depois comia demais porque estava ansiosa e infeliz, já que não conseguia emagrecer. Eu queria ser magra, estar magra para poder ter namorados e encontrar até meu “príncipe encantado”. Sim, eu acreditava no “príncipe”! Era os anos 1980! Os filmes “Garota de Aluguel”, “Ruas de Fogo”, “Dirty Dancing“, “Uma Linda Mulher”, entre muitos outros nos faziam acreditar que o cara ideal existia e chegaria a qualquer momento, para isso, precisaríamos estar lindas e magras… Não era fácil! As anfetaminas estavam chegando no Brasil e faziam milagres nas nossas vidas. As adolescentes que tinham problemas com a balança iam para os médicos que faziam “fórmulas mágicas” que faziam com que a gente perdesse peso sem ser escravas da academia.

Aconteceu comigo uma vez: por causa das espinhas, passei em um médico que me receitou uma medicação natural autoimune para que a acne melhorasse. De quebra, perguntou se eu precisava de fórmula para emagrecer… Lá fomos nós: consulta paga, médico conceituado na região, não tinha como não ser ruim. Ah! E ainda me receitou uma proteína para beber, acho que hoje seria como esses ‘whey protein‘. Eu fiz tudo direitinho: tomava a fórmula e o ‘auto nosódio’ para acne… Eu realmente comecei a emagrecer, a pele deu uma leve melhorada… Era para eu estar feliz, mas não estava. Sentia vontade de chorar o tempo todo. Minha mãe não entendia, eu não entendia, ninguém entendia. Um belo dia, minha mãe ficou tão brava que pegou a fórmula e jogou toda na bacia do banheiro e deu descarga. “Você não vai mais tomar isso! Depois que passou a tomar, vive chorando pelos cantos, vive infeliz. Por que está infeliz? Não tem motivo!”. Parei de tomar, voltei a engordar… O médico teve sua licença cassada uns dois meses depois. O que ele vendia nas fórmulas era ilegal. Foi uma loucura!

Nunca mais tomei remédio para emagrecer, mas fiz algumas dietas malucas e da moda (mesmo estudando o Técnico em Nutrição!). A gente é adolescente, é imediatista e quer resultado rápido.

Nesse meio tempo, conheci uma amiga que me contou que mantinha o peso com um segredo: ela comia tudo que tinha vontade e depois vomitava. E eu perguntei: “É verdade? Isso dá certo?” E ela respondeu que dava. Tentei uma vez, uma única vez, mas, depois que vomitei a minha garganta começou a queimar como fogo. Só de pensar em fazer isso de novo, não consegui. Tenho horror a sentir dor! Não conseguiria fazer de novo. Eu não sabia, mas o nome disso era bulimia. Ela continuou fazendo isso por anos. Em determinada época, foi internada às pressas: ela teve uma perfuração no esôfago por causa do suco gástrico, devido as reiteradas vezes que provocou o vômito.

Já a anorexia é algo muito mais complexo: a pessoa tem uma distorção do que vê no espelho. Ela sempre se acha mais gorda do que é. Eu diria que a “mente prega uma peça”, distorce a imagem do espelho (ou na foto) e a pessoa acredita no que vê, só que o que vê não é real. Essa ideia pode causar um distúrbio alimentar gravíssimo em que a pessoa para de comer ou desenvolve a bulimia. Sim, as meninas param de comer completamente, mentem para os pais e jogam a comida fora ou se os pais obrigam a comer, vão para o lugar mais próximo para vomitar. É real. Tem umas que não bebem nem água porque a água “incha”.

E, mais uma vez, tudo está interligado: a aceitação da imagem pelo grupo de social, o cyberbullying, o distúrbio de imagem ao não conseguir ver o que é real, a sociedade que prega que a felicidade mora no corpo perfeito. Tudo isso é armadilha para o adolescente que quer se aproximar ao máximo do sucesso social, custe o que custar.

Tudo porque, além de tudo, vivemos em uma sociedade gordofóbica, onde ser gordo é motivo de chacota (e isso não só na adolescência, em qualquer fase da vida adulta também!); onde o gordo tem dificuldade para comprar roupas e entrar no provador com um número menor porque a vendedora disse que ficaria linda a roupa nela, sentar em uma cadeira de restaurante, sentar no ônibus, ir à praia… São tantas as situações que passaria horas aqui falando. Sim, a sociedade é preconceituosa com gordos. Estamos ganhando espaço, sim estamos, mas a passos de formiguinha. Enquanto isso, precisamos de atenção aos jovens: se não tem visto sua filha comer, preste atenção; se ela come e vai ao banheiro, vá atrás; se ela pega para comer, mas não come na sua frente, fique atento. Não vá dizer que isso é frescura adolescente, não é. Estes adolescentes estão sendo bombardeados diariamente por informações, comportamentos sociais, que os levam a atitudes extremas. Não é frescura, é necessário sensibilidade da família e terapia psicológica.

Links: Gordofobia, Anorexia bulimia.

gordofobia

Os meus “quase” 13 porquês…

Estou assistindo à serie 13 Reasons Why e cheguei a conclusão de que todos os pais com filhos adolescentes deveriam ver… É intenso e muito problemático ser adolescente hoje em dia, acredito realmente que o cyberbullying pode matar. É preciso ter muita coragem para enfrentar o que a internet pode causar.

Todos nós sabemos que a adolescência é uma fase muito difícil: queremos ser diferentes, mas não a ponto de sermos bizarros; diferentes mais legais, no máximo exóticos. O suficiente para causar curiosidade, não repulsa. O que os adolescentes mais querem é serem aceitos pelos seus amigos, serem aprovados pelos seus iguais. É o momento que eles mais querem ser sociais. Não adianta dizer para eles não se importarem com o que os outros pensam: eles se importam sim e sofrem demais com a rejeição.

Lá nos anos 1980 também tinha bullying, é fato. Tão cruel quanto atualmente, mas não atingia as mídias sociais… Íamos para casa, chorávamos, escondíamos-nos e depois passava, até mesmo, porque em dado momento os outros esqueciam. Hoje não, hoje a internet persegue os adolescentes que acabam vivendo 24 horas de bullying, todos os dias da semana. Os posts ficam lá e podem ser relembrados a qualquer tempo e a qualquer momento. Isso é muito pesado emocionalmente, muito difícil.

Eu, assim como Hannah Baker, teria sofrido cyberbulling… Eu era gorda,  cheia de espinhas, mas muito inteligente (o que só me salvava na época de provas e trabalhos…). Fui chamada de vadia sim, mas na época a palavra era “galinha” (a mãe de uma amiga de escola da época até falou para minha mãe que não queria que eu andasse com a filha dela… Eu não era “boa companhia”), não porque eu era bonita, não era, mas porque os meninos se aproximavam de mim na época dos trabalhos e provas, eu era inteligente e ajudava bastante… No mais, eu tentava me aproximar das meninas “populares”, mas era bem difícil ser aceita. Sim, já tinham as “meninas populares”… Eram os anos 80! Assistíamos filmes adolescentes dos anos 80! Vivíamos aquela cultura norte-americana que nos chegava diariamente, como diria a Legião Urbana “os enlatados de USA, das nove às seis”. Não foram tempos fáceis, mas hoje é bem pior.

Eu tive o meu Justin Foley, não na mesma proporção, mas tive sim; tal como tive o meu Clay Jensen… E, confesso, sofri muito com o Justin e não soube lidar com o meu Clay Jensen… Maltratei, ignorei até que ele cansou e se foi… Se cada um de nós paramos para pensar, cada um viveu estórias de bullying horríveis (ou não, se você era popular!), só que, na nossa época não tinha a internet para potencializar.

Este post é para os pais… Não abandonem seus filhos adolescentes emocionalmente, não diminua a dor deles, não os esqueça. Para mim, a mensagem que 13 Reasons Why deixa é que devemos prestar atenção a tudo! Cada mudança de atitude, cada tristeza e melancolia. Pergunte ao seu filho como está indo na escola, tente não ser invasivo, mas mostre-se interessado. Não fale o tempo todo que ele não sabe de nada, não fale para sua filha que ela está gorda, que não é vaidosa, que queria que ela fosse diferente; não potencialize em casa o que ela já ouve na escola; não construa fossos no relacionamento de mãe e filha; não faça com que ela não se sinta boa o suficiente para os homens e acabe aceitando qualquer um para não ficar sozinha ou caia em relacionamentos abusivos. Ouça, perceba, leia as atitudes (o corpo fala!). Esteja presente sem ser autoritário, mas sabendo compreender essa fase da vida.

Não pense que só nos Estados Unidos adolescentes se suicidam por causa do cyberbullying, no Brasil também acontece, mas não se é dada a devida atenção. Deixo neste post apenas um caso, o de Dielly, que se suicidou por “não aguentar mais” e que, mesmo depois de morta, continuou recebendo comentários maldosos no Facebook.

O cyberbullying é muito, muito perigoso e geralmente a vítima não conta porque não quer se sentir um fracasso! Fiquem atentos!!!

Observação: Se você é depressivo ou tem tendências à depressão, não assista à série!

13ReasonsWhy

Twitter e o Brasil

Para quem está só no Facebook não sabe que tudo realmente acontece no Twitter… O brasileiro é tão forte no Twitter que é temido pelo resto do mundo. Nunca pensei que fosse assim: algum famoso vai e posta alguma critica e “boom”, vai a carreira ladeira abaixo. O mundo sabe e há muitos tweets sobre isso. O último foi do ator Matthew Lewis, conhecido por fazer o Neville Longbottom no Harry Potter. Ele primeiro foi lá e escreveu “Neymar é patético” e, depois de uma hora a 6ª hastag mais tweetada do mundo era “#MatthewLewisIsPathetic“. Não contente, após o gol contra do Fernandinho, o Matthew foi lá e postou “Vou beber uma caipirinha hoje”… Uma hora depois os brasileiros já tinham até mexido no Wikipedia dele dizendo “Matthew Lewis conhecido pela saga Harry Potter teve sua carreira arruinada por ofender os brasileiros na internet”. A coisa foi tão louca que ele começou a bloquear as pessoas no twitter e no instagram. E as pessoas diziam “Vamos denunciar a conta dele até ele ser bloqueado!”, outros “Não, vamos tweetar a hastag até ele não aguentar mais!”. E assim foi, ele pediu desculpas e pediu paz aos brasileiros… Não adiantou, ontem os brasileiros estavam lá dizendo que “iam tomar o chá das cinco” após a derrota da Inglaterra, subindo novamente a hastag. Até o Estadão postou com a mesma hastag.
Isso tudo para dizer que o brasileiro é forte e quando se junta, pode tudo. Derruba sim carreiras de celebridades desavisadas, derruba governo legítimo, só não derruba gente corrupta… Vai lá, defende o Neymar do Matthew, mas detona o Fernandinho com posts racistas… Porque, de acordo com os brasileiros, “só quem pode falar mal do Brasil é o brasileiro”. Ok, entendo esse pseudopatriotismo, pena que não é usado internamente… O Matthew até se defendeu em alguns posts “Eu brinquei porque adoro os memes brasileiros!”. Tarde demais! Ele já havia sido julgado e condenado. E os brasileiros já avisaram: “Ele virá para a CCXP? Vai ter que ter coragem, já que noção ele não tem”.