Podcast – Episódio 2 – Arqueologia, ciências e mídias: de Indiana Jones ao negacionismo científico

Neste episódio convidamos a Profa. Dra. Lidiane Carderaro que falará sobre sua pesquisa “Relações entre música e mitologia na iconografia de vasos gregos: a representação de seres mitológicos com atributos musicais”. Também conversamos sobre cinema e a representação do arqueólogo “Dr. Jones” e como passamos das ciências exaltadas no cinema e na tv, passando pela paleontologia e as ciências exatas do sitcom “The Big Bang Theory” ao negacionismo científico.

Informações sobre a pesquisadora: http://lattes.cnpq.br/7384880728387298

Textos científicos da dra. Lidiane: https://coimbra.academia.edu/LidianeCarderaro

https://anchor.fm/patricia-andrea-borges6/episodes/Episdio-2—Arqueologia–cincias-e-mdias-de-Indiana-Jones-ao-negacionismo-cientfico-e10nbiq

Podcast – Episódio 1: Pesquisa de Mestrado- Tudo começou com o Jacarandá da Bahia…

https://anchor.fm/patricia-andrea-borges6/episodes/Episdio-1—Pesquisa-de-Mestrado-Tudo-comeou-com-o-Jacarand-da-Bahia-e10fhs7

Neste episódio eu falo um pouco da minha pesquisa de mestrado (defendida no final de 2020) e como tudo começou com uma pergunta de uma colega de trabalho daqui da prefeitura do Campus da USP de São Carlos. E é isso: uma pergunta é o que te motiva, é o começo de tudo.

Na trajetória da pesquisa eu falo sobre ortografia, sociedade, história, construção de identidade, filme e… Machado de Assis (qualquer coisa é motivo para falar de Machadão!)

Para quem tiver interesse, deixo aqui o link para dissertação intitulada “Ortografia e norma : os efeitos das reformas ortográficas em alguns topônimos brasileiros”: http://repositorio.unicamp.br/handle/REPOSIP/356457.

Até a próxima!

Dicas e Histórias de uma viagem para Grécia

Com muita perseverança, consegui realizar o sonho de conhecer a Grécia!

Eu queria fazer um vídeo de dicas de como programar uma viagem internacional, mas não consegui. Por isso, estou escrevendo esse texto.

Primeiramente, quando se é assalariado, é preciso programar bem a viagem que se quer fazer, onde se quer ir e como você quer viajar. Penso essa viagem desde minha graduação (que fiz em Grego Antigo pela USP) e, principalmente, depois que comecei a fazer aulas de grego moderno (νέα ελληνικά γλώσσα). Quando eu finalmente poderia pensar em fazer um intercâmbio pela Universidade de Atenas ou Universidade Tessalônica, o governo grego cancelou todas as bolsas de intercâmbio (2010) e eu perdi a oportunidade. Desde então, eu sonhava em conhecer a Grécia e praticar meu grego moderno (atualmente faço aulas por Skype com um professor que morou 10 anos na lá). Dez anos depois, depois de muito sonhar e um ano e meio programando, achei que era hora de ir. Tendo isso em mente, chegou a hora de começar a listar tudo aquilo que será gasto e que é necessário. Era hora de pesquisar!

Acho que o trabalho de um Agente de Viagens é fantástico: ele pensa por você as melhores opções, locomoções, hospedagens e imprevistos… Acho um trabalho incrível que tem seu custo e, como eu não posso arcar, planejo tudo sozinha mesmo, seja viagem nacional ou internacional. A única vez que viajei por agência foi ótimo (fiz Cidades Históricas de Minas Gerais pela CVC: quem se interessar, deixo o link aqui) e, graças a Deus, consegui pagar em 6 vezes. Dessa vez, fiz pesquisa e encontrei pacote de quase 7 mil euros. Pacote ótimo (a excursão de junho inclui a cidade de Olímpia, que era meu sonho conhecer: pacote disponível aqui, e o pacote sem a cidade de Olímpia, que ocorrerá em novembro de 2019, pacote disponível aqui), mas eu não posso pagar. Conheço o trabalho dos dois anfitriões e são ótimos (até encontrei o grupo da Cristina em Olímpia!!!), mas o valor é inviável para mim.

Passamos, então para a segunda fase: O que ver? Por onde andar?
Clicando no mapa, é possível ver fotos que foram tiradas nas cidades.

Cidades efetivamente visitadas na Grécia em Junho de 2019: Delfos, Aráchova, Corinto (canal e sítio arqueológico), Náfplio, Epidauro (sítio arqueológico), Esparta, Mystras, Olímpia (sítio arqueológico). As ilhas de Mykonos e Delos.

Diferentemente do que as pessoas normalmente fazem, eu primeiro estipulei quantos dias ficaria na Grécia e, depois, estipulei os lugares que gostaria de visitar. O planejamento inicial foi muito diferente do real. Inicialmente, planejei estas cidades:

Primeiramente, foram estas cidades planejadas: Atenas (sítios arqueológicos), Tebas, Salamina (ilha), Corinto (canal, sítio arqueológico e Acrocorinto), Argos (sítio arqueológico), Epidauro (sítio arqueológico), Hidra (ilha), Esparta, Kalamata e Olímpia (sítio arqueológico).

Algumas cidades eu mantive e consegui efetivamente visitar: Corinto (canal e sítio arqueológico), Atenas (sítios arqueológicos), Epidauro (sítio arqueológico), Esparta e Olímpia (antiga Olímpia). Outras foram inseridas ao longo do tempo, já que, eu gostaria mesmo de passar o dia do meu aniversário em uma ilha (escolhi Mykonos), de lá, seria impossível não conhecer Delos.

Fiz também cartões com todas as cidades que seriam visitadas, contendo: a cidade, o que seria visitado, o valor de cada sítio (eu paguei metade do valor porque tenho carteirinha de estudante – Delos eu entrei de graça!), quanto eu gastaria de pedágio e combustível.

Fichas com as cidades planejadas para visitas e seus respectivos valores de gastos.

O roteiro não é estático: ao longo do tempo, foi bem trabalhado e muito mexido.

Tendo sido, escolhido previamente os lugares que seriam visitados, o próximo passo meu foi comprar a passagem. Foram meses de espera e de acompanhamento dos valores de passagem até encontrar um preço acessível. Paralelamente à pesquisa de passagem, sempre esteve a pesquisa de estadia. Mais uma vez, escolhi o Airbnb para Atenas, Booking.com para Mykonos e para Roma (pernoitamos um dia em Roma por causa da conexão do voo para o Brasil – viajamos em três mulheres, por isso o verbo aqui em primeira pessoa do plural! Todavia, eu fiz a maioria das escolhas).

Compramos a passagem (em 10 vezes pelo Decolar!) e, na mesma hora, fechamos a estadia de Atenas (segue o link do apartamento que ficamos em Atenas – clique aqui). O apartamento teve um bom preço e, como foi divido por três pessoas, não pesou muito na conta final.

Primeira etapa vencida: passagem aérea, estadia e quantos dias ficaríamos. O seguro viagem compramos depois, por meio de uma bela promoção da Allianz Travel – Mondial Assistance. O app “Melhores Destinos” sempre mostra promoções de passagens, seguro viagem e outros.

O segundo momento foi para planejar detalhes específicos: qual ilha, alugar carro e começar a pesquisar quanto um turista gasta por dia para ficar na Grécia, já que era preciso começar a comprar euro.

Comprar euro, para mim, é outra batalha de estratégia: acompanhar o valor e esperar as possíveis baixas… Para tanto, íamos guardando um pouquinho por mês e, quando desse uma baixa, era o momento de comprar (eu planejei esta viagem por um ano e meio, por isso, mediante muitas contas a se pagar, cuidar de família, aluguel, eu guardava um pouquinho mesmo por mês. Até comecei usando o desafio das 52 semanas, mas acabei abandonando porque o valor aumenta muito).

Comecei a pesquisar preços de Ferry Boat para ir até Mykonos, já que a passagem de avião saía caro para cada uma. Usamos o site Ferries.gr e encontrei um bom preço: 20 euros (ida e volta) de Atenas a Mykonos saindo do Pireus (não tinha como eu sair de outro lugar, né? O Porto grego mais importante da Antiguidade!)

Compra feita, é necessário ver estadia para Mykonos… Segue o link da estadia de lá (clique aqui). A estadia de Mykonos foi meio cara para uma noite, mas era verão e tudo nas ilhas custa mais caro mesmo.

Em Mykonos, para ir do porto novo ao porto antigo, descobri um táxi aquático, o “sea bus” (link disponível aqui). A viagem custa dois euros e leva apenas 8 minutos. É possível levar carro de Atenas para qualquer ilha com o Ferry, mas é caro. Também é possível alugar carro em Mykonos (ou qualquer ilha!), principalmente quando se vai para praias mais ao sul, mas como ficaríamos apenas uma noite, não alugamos. Pode-se, alugar moto ou quadriciclo – há muitos acidentes de quadriciclos com turistas na ilha. Por isso, não faça de suas férias uma dor de cabeça. Não alugamos nada e, como estávamos perto do centro “Mykonos Town” e Χώρα “Chora”, fizemos tudo a pé.

Estadia de Mykonos comprada, era hora de ver os procedimentos para aluguel de carro. Pesquisei bastante pela internet e verifiquei os valores possíveis. Fiz uma reserva que deu errado… Pois é, deu errado essa reserva porque quando estávamos em Atenas, esperamos pela empresa no local indicado e ninguém apareceu… Travamos uma briga, mas, a sorte, é que não pagamos o aluguel com o cartão de crédito no Brasil… Quando efetivei a reserva no site, o preço duplicou e apareceram “taxas” que não tinham aparecido anteriormente e eu cancelei… Fiz uma “pré-reserva” e deixei para pagar o aluguel em Atenas mesmo. Foi a sorte, porque a empresa não apareceu. Ainda não consegui reaver o valor da “pré-reserva”, mas estou lutando por ele (o valor é bem pouquinho, mesmo dividido por três pessoas, mas não interessa, é nosso e devemos reavê-lo!). Por isso, acabamos por alugar em Atenas mesmo e, depois de percorremos aproximadamente umas 7 agências de aluguel de carros, por final, fechamos com a Sixt mesmo. Preço honesto, atendimento bom, mas demoram bastante para devolver o reembolso (o meu reembolso só devolveu quase 30 dias depois!).

Para poder dirigir na Grécia, há locadoras que pedem a PID (Permissão Internacional para Dirigir) e outras, não. Depois de muito pesquisar, as três decidiram que seria melhor fazer a carteira… Eu precisei fazer porque eu fiz a reserva. A PID pode ser feita no Poupatempo que tenha Detran (link aqui), mas o preço é salgado (custa quase R$ 300,00!). Como estávamos com o carro pretensamente “reservado”, eu fiz por medo de perdermos a reserva por não ter a permissão. A Sixt pediu mais a habilitação brasileira, como a PID estava junto, olharam, mas, acho que não era necessária.

Essa é a PID.

Deixo aqui uma dica: carro pequeno é de bom tamanho até 4 pessoas (pegamos um considerado pequeno e era grande – pelo menos para mim!); pegue um carro à diesel (andamos 1.400 km com 90 euros, considerando que pagamos o diesel 1,43 euros em média, usamos quase 63 litros de combustível. O que dá, mais ou menos, 22 km por litro); filme e tire muitas fotos do carro na hora da retirada e na hora da entrega, por precaução; na hora de fazer o seguro do carro, os atendentes colocam bastante medo… O preço da caução sem o seguro total era de 980 euros, com o seguro total, a caução passou para 200 euros. O valor total do aluguel para 7 dias, com o seguro total ficou em 299 euros, sendo 42,71 euros por dia. Como devolvemos com dois dias de antecedência, o total ficou em 213,57 euros.

Chegou a hora da viagem!!!

Nosso voo foi pela Alitália, na ida, tivemos uma parada de 9 horas. O que fizemos? Fomos conhecer o Vaticano (nossa escolha estava entre o Vaticano e o Coliseu. Como uma das meninas queria muito ir ao Vaticano, fomos para lá).

Pegamos um Shuttle Bus de Fiumicino até o Vaticano (eu fiz a pesquisa de preço antes: comprando ida e volta, paga-se 11 euros. Comprando por viagem, custa 6 euros cada viagem (link do serviço). O percurso leva mais ou menos 40 minutos e desce perto do Vaticano). Como o museu estava fechado (chegamos lá no domingo!), fomos conhecer a Piazza San Pietro e a Basílica. A minha maior alegria foi ver a Pietà de Michelangelo.

Finalmente, Atenas!!!

Primeiro dia na Grécia!

O avião de Roma para Atenas atrasou em uma hora porque teve problemas com documentos de passageiros… O lado bom desse atraso foi ver como são lindos os policiais da imigração de Roma.

Por isso, estava previsto para chegarmos às 0h45 em Atenas, mas acabamos chegando à 1h45. Precisávamos esperar até às 5h (hora que marquei de pegar o carro no aeroporto!), como deu errado, pegamos um táxi do aeroporto até o centro (nosso bairro lá se chamava Κουκάκι. Muito perto da Acrópole com um valor bem razoável). O preço fixo do táxi é de 38 euros (do aeroporto até o centro), o que, mais uma vez, compensava para 3 pessoas. Se fôssemos de trem, gastaríamos 10 euros cada até a Praça Sintagma, que era longe de onde era nossa estadia e nos obrigaria a pegar um metrô também; se pegássemos ônibus, precisaríamos pegar o metrô também e ainda andaríamos uns 300 metros… Quando não se tem mala, 300 metros é perto, mas com malas é ruim. Por isso, optamos pelo táxi.

A viagem do aeroporto até o centro durou uns 25 minutos, considerando que era antes das 6 da manhã. Não tinha trânsito.
(Obs:. O trânsito de Atenas é bem caótico, lembra muito o do Rio de Janeiro)

Fizemos check in e fomos procurar o carro para alugar, mas primeiro revisamos o roteiro e mudamos algumas datas para ajustar a nova logística: o lugar que alugamos não tinha estacionamento, por isso, precisamos deixar em um “parking”. A diária em um parking no centro de Atenas é de aproximadamente de 10 euros (é preciso contabilizar estacionamento nas previsões de contas e na previsão do euro). Após fecharmos com a Sixt, fomos passear pela cidade sem compromisso: conhecemos o Arco de Adriano (gratuito), fomos almoçar e andar por Plaka. Voltamos para o apartamento e fomos ao mercado fazer compras para termos café da manhã e jantar.
(Obs 1:. o valor da água em Atenas é expressivamente baixo em mercado: com 0,22 cêntimos de euro é possível comprar uma garrafa de 1,5 litro. Além do mais, todos os sítios arqueológicos tem bicas de água potável que você pode encher sua garrafinha. Obs 2:. Quando você se senta para tomar café, almoçar, tomar um lanche e jantar, todos os estabelecimentos te oferecem água).

Segundo dia na Grécia: Atenas

No segundo dia fomos conhecer o Templo de Zeus Olímpico por dentro do sítio arqueológico, andamos por Monastiraki e fui almoçar com o meu querido professor de grego Dimitris Anagnostópoulos. Depois do almoço fomos conhecer a Biblioteca de Adriano e a Ágora Romana e andar por Plaka e Monastiraki.

Deixo aqui outra dica: compramos o chip da Vodafone em uma barraquinha no Arco de Adriano. Pagamos 30 euros no total porque compramos dois “chips”: um de 10 giga que custou 10 euros e um de 20 giga que custou 20 euros. Optamos por dois porque ficamos com medo de uma ficar sem internet, já que andaríamos tanto usando o GPS e não teríamos a quem recorrer. Mas devo dizer que em 10 dias usei pouco mais de um giga: usando GPS e ficando online toda vez que saía da estadia. Por várias vezes usei as mídias sociais na rua pelo 4G sem problemas e usei bem pouco mesmo. Acho que para 10 dias um de 10G é mais do que suficiente. É possível usar na Europa toda (usei ainda na Itália sem nenhum problema!)

Terceiro dia na Grécia: Atenas/ Mykonos/ Delos/ Mykonos

O terceiro dia foi dia de acordar cedo e ir para Mykonos. Como estávamos perto de uma estação de metrô foi fácil ir até o Pireus: pegamos na estação Sygrou e fizemos baldeação na Praça Sintagma para seguirmos até a estação Pireus.

Dica: Compramos bilhete de metrô de duas viagens na máquina que tem dentro da estação mesmo. O bilhete de uma viagem custa 1,70 euros, o de duas, o valor era de 2,70 euros. Não se pode deixar nunca de validar o bilhete na entrada da estação e na saída da estação.

Comprovante da máquina e bilhete de metrô de Atenas

Chegamos à estação e fomos procurar o guichê para troca do voucher em bilhete de Ferry. O Guichê da Blue Star é super bem localizado, bem em frente à entrada do barco que sai para Mykonos, mas, dentro do pier, é preciso perguntar aos funcionários qual é o barco exatamente, já que tem um fileira de barcos da Blue Star. Passado isso, na entrada há um funcionário que olha o bilhete ou passa pelo leitor ótico. Aí é só aproveitar: o barco tem três andares para passageiros, sendo que a parte dos carros fica no subsolo, tem cafeteria, banheiros, fast food e locais no superior para ir aproveitando a vista. Há cabines e lugares simples (foi o que fomos!). Os lugares simples são chamado de “não-numerados”. Sendo assim, você pode sentar no lugar que quiser. É super confortável, é possível dormir, assistir tv ou aproveitar a viagem só olhando a vista. o Ferry que eu fui parava em três ilhas: Syros, Tinos e Mykonos. Pude presenciar o barco entrar e sair em cada píer e achei demais!
Curiosidade: eles entram de ré por causa dos carros.

Durante a viagem fiquei maravilhada com o azul do Mar Egeu… Descobri que eu não sabia o que era mesmo o azul e tantas tonalidades da cor. Fiquei encantada.

A verdadeira frase de Flávio Venturini: “Azul da Cor do Mar”!

Chegando a Mykonos, como falei anteriormente, fomos de ‘sea bus’ até o antigo Porto, em Mykonos Town. Depois fomos a pé até o hotel. Decidimos ir a pé até o hotel porque estávamos de mochilas, já que nossas malas e bagagens pesadas estavam em Atenas. Como não sabíamos o caminho, mas sabíamos que era perto, usamos o navegador que dava o caminho de carro até o hotel… Chegamos cansadas porque subimos muito, quando, na verdade era só descer… Depois que aprendemos, aproveitamos muito o que o bairro Χώρα “Chora” tinha para oferecer.

Descemos para almoçar e partirmos para Delos no último barco de ida, que sai às 17h de Mykonos e, consequentemente, último barco de volta, que sai às 19h30 de Delos. Fizemos para aproveitar o dia, já que voltaríamos para Atenas no dia seguinte às 14h (são 5 horas de viagem entre Atenas e Mykonos!). Em Mykonos Town mesmo, compramos o bilhete de barco para Delos, no site Delos Tours tem as informações e os preços. A distância entre Mykonos e Delos é de 30 minutos e pagamos 20 euros (ida e volta). O valor é caro se pensarmos que pagamos 20 euros entre Mykonos e Atenas em uma viagem de 5 horas… Mas é o único transporte para Delos, a ilha de nascimento Apolo e Ártemis.
Obs:. Prometo que farei um post para cada viagem que fizemos pela Grécia!

Por do Sol em Mykonos… Tentei não estourar o Sol na foto.

Quarto dia na Grécia: Mykonos/ Atenas

No nosso quarto dia, começamos tomando café em uma cafeteria e depois partimos para praia. Para não termos que pegar ônibus e, por eventualidade, perdermos muito tempo, decidimos ir em uma praia que é perto de onde estávamos hospedadas, chamada Megali Ammos Beach. Uma linda praia onde pudemos entrar no Mar Egeu e ver o quanto suas águas são límpidas. Depois, voltamos para o hotel, fizemos check out e fomos para Mykonos Town para pegar o ‘sea bus’ e chegar ao porto novo para pegar nosso barco de volta a Atenas.

Quinto dia na Grécia: Delfos e Αράχωβα

O quinto dia na Grécia foi dedicado a Delfos, o ομφαλός του κόσμου (o umbigo do mundo) e Aráchova. Nesta dia, também estava prevista uma visita à Tebas (Θήβα) para ver a fonte de Édipo (teoricamente o lugar que Édipo lavou as mãos depois de matar Laio), a Igreja de São Lucas Evangelista que morreu lá (é um dos lugares possíveis em que Lucas pode ter morrido!) e outras coisas. Mas, como disse, não foi possível.

Pegamos a estrada assim que pegamos o carro na Sixt. Foi quando eu, ainda não habituada com o carro, deixei morrer diversas vezes debaixo de um viaduto… Ninguém ficou buzinando, ninguém foi mal educado (mas também preciso deixar claro: os carros alugados tem uma diferença na placa, sendo assim, todos reconhecem carros alugados. E como a Grécia tem um exemplar atendimento ao turista – 10 vivas a Zeus Xénos – fomos super bem tratadas em todos os lugares ou todos os pânicos que vivemos no carro).

Estrada boa (tinha lugares com marcações até 130 km de máxima!). A minha grande surpresa é que a cada um ou dois quilômetros tinha sempre um recuo com um banheiro para parar. Sem necessidade de se parar em postos de estradas (que te, é claro e são ótimos!).

O sítio arqueológico de Delfos é lindo e o museu é incrível (preço: 12 euros a inteira e 6 euros a meia entrada que inclui o Museu. Paramos na volta em Aráchova para almoçar, mas a cidade merecia meio dia de caminhada.

Sexto dia na Grécia: Atenas

Atenas é um lugar incrivelmente maravilhoso, espetacular, cheia de coisas boas para fazer. Esse dia em Atenas foi bem cheio, com muitas coisas para fazer: começamos o dia na Acrópole (já era o quinto dia possível de uso do bilhete conjugado dos sítios arqueológicos de Atenas… Se não fôssemos nesse dia, precisaríamos comprar outro bilhete. Fique atento aos tempos de validade dos bilhetes!), depois fomos ao Museu da Acrópole (compra de bilhete separado… 5 euros a inteira e 3 euros a meia entrada). Depois do Museu, fomos almoçar em Monastiraki. Depois do almoço, fui para Ágora Antiga de Atenas, Museu da Ágora e, por fim, fiz um passeio gratuito ofertado pela Civitatis. Você paga no final do passeio ao guia o quanto você quiser (estávamos em 6 pessoas no grupo que eram de pessoas variadas do mundo e, cada um deu ao guia 5 euros). Uma observação: se você desistir do passeio por razões variadas, avise por e-mail. Quando cheguei, não encontrava o guia e fiquei perto de aglomerado de pessoas e, com impaciência na voz, escutei ele dizer… “Tinham três brasileiras no grupo, elas desmarcaram e não avisaram. Brasileiros sempre fazem isso”. Eu me adiantei e disse que minhas duas amigas não tinham comparecido, mas eu estava lá e marcava presença. Brasileiros são mal vistos mundo afora, por favor, nunca reforcem essa imagem!
O passeio é ótimo, eu recomendo fortemente!

Esse dia foi incrível, maravilhoso e muito, muito bem aproveitado!

Sétimo dia na Grécia: Corinto/ Náfplio/ Epidauro

O dia de ir para o Peloponeso começou cedinho, mas como havia um acesso fechado para pegar a estrada, demos voltas por 15 minutos antes de conseguir efetivamente sair. Era um domingo, peguei uma contramão e um grego brigou comigo. Paciência. Fomos sentido Corinto e demos aquela paradinha no canal para tirarmos a foto. Depois disso, seguimos para o sítio arqueológico para conhecer o lugar onde Paulo pregou, a cidade de Medeia, o lugar onde Édipo foi criado… A Antiga Corinto, maravilhosa em toda sua majestade. Muitas emoções lá. De Corinto, partimos para Náfplio, a primeira capital da Grécia (Atenas era cidade-estado na antiguidade, não confundir!). Lá almoçamos a deliciosa φασολάδα ou fasolada que é uma deliciosa sopa de feijão branco (se andarem pela Grécia, comam! É uma delícia!). Era para vermos a Fortaleza Palamidi e o o Castelo de Bourtzi, mas declinamos porque estávamos de caminho para Epidauro. Aquele Teatro maravilhoso me esperava e eu estava muito ansiosa.

Epidauro é uma história à parte, o teatro, o sítio, o museu… Tudo divinamente incrível e indescritível.

Oitavo dia na Grécia: Esparta/ Mystras/ Olímpia

Este era o meu dia mais esperado: dia de ir para Olímpia! Além de conhecer a Acrópole de Atenas, o meu sonho era conhecer Olímpia.

Esta viagem estava programada para o segundo dia na Grécia, mas como tivemos problemas com o aluguel do carro, acabamos por realocá-la para o oitavo dia.

Originalmente, a ida à Olímpia foi pensada como: Canal de Corinto, Antiga Corinto e Olímpia. Porém, foi realizada como: Esparta, Mystras e Olímpia. A estrada que vai sentido Esparta a partir do ístmo de Corinto é fantástica, podendo atingir a velocidade máxima de 130 km/h; de Esparta para Mystras é como se fosse uma “vicinal”, já que a distância que separam as duas cidades é de apenas 15 km; de Mystras para Olímpia a estrada já é um pouco mais sinuosa, havendo curvas que se pode fazer no máximo a 30 km/h, mas que seguramente você fará a 20 km/h, de Olímpia para Atenas, devo dizer que boa parte é “muito sinuosa mesmo!”, com momentos em que até a respiração se torna difícil por causa da tensão. Passamos por cidadezinhas em que as curvas só passavam um carro. Para tanto, contavam com um sistema de “espelhos retrovisores”, sim, igualzinho dos carros, em que se você estivesse chegando à curva, poderia ver se tinha alguém também vindo no sentido oposto. Adrenalina pura!!! Este caminho eu não estava dirigindo, mas de passageira já foi bem assustador.

Fizemos, então, o caminho de Atenas até Esparta. Lá visitamos o túmulo de Leônidas e a estátua moderna do espartano. A estátua antiga dedicada ao Rei Grego está em Termópilas… Lá mesmo! No lugar onde ocorreu a batalha dos 300 de Esparta contra o Rei Xerxes! (Batalha das Termópilas). Visitamos o Museu da Azeitona e do Azeite e depois partimos para Mystras.

Em Mystras decidimos almoçar, apesar de que pela sua importância histórica, a cidade merecia um dia de visita porque tem muitas igrejas e castelos, mas não era possível, pois o nosso destino era Olímpia.
Uma curiosidade: fomos comer em um restaurante no horário que os gregos estão tomando café (sim, eles almoçam depois das 14h!). A dona do restaurante e sua filha pouco falavam inglês, por isso, a língua de comunicação foi bem grega. Pedimos o almoço, mas não sabíamos que os pratos eram grandes. Sendo assim, quando terminamos, pedimos para que pudéssemos levar a comida para casa. A dona nos atendeu prontamente, mas, minutos depois, veio perguntar se não havíamos gostado da comida. Em grego e muito rápido, disse “Το φαγητό δεν ήταν νόστιμο;” (A comida não estava gostosa?”). Respondi que a comida estava deliciosa, mas os pratos eram muito grandes: “Το φαγητό ήταν νόστιμο, αλλά τα πιάτα είναι πολύ μεγάλα!” UFA! Ainda bem não causamos um incidente diplomático!

O pedido foi: uma salada grega, um prato sortido de frango, um cordeiro, 4 bebidas e o pão – que foi cobrado.

Depois de almoçar, era hora de pegar estrada em direção à Antiga Olímpia. A estrada variava entre muitas curvas e boas retas.

Chegamos no Sítio Arqueológico de Olímpia e paramos muito perto do Museu dos Jogos Olímpicos e, confesso, foi emocionante ver a bandeira brasileira como sede dos últimos jogos. Era chegada a hora de ver o Templo de Hera e o local onde é acesa a chama olímpica; o estádio mais famoso da antiguidade; a oficina de Fídias, o escultor mais famoso da antiguidade, dentre suas obras, têm-se: o Partenon e a estátua de Atenas, o Zeus Olímpico, do Templo de Zeus em Olímpia, dentre outras.

Nono dia na Grécia: Atenas

Planejei muitas coisas para este dia, como ir ver o por do Sol no Cabo Sounion, no Templo de Poseidon (o que não foi possível!). Ainda assim, fiz coisas muito, muito interessantes: mandei cartões postais (amo mandar cartões postais quando viajo… é quase um mantra!!!), fui ao Filopappou porque queria muito ver a Prisão de Sócrates, o Muro de Temístocles e a Pnyx. Andar a pé por Atenas era a realização de um sonho, por iso, andei a esmo: fui ao Mercado Central (Κεντρική Δημοτική Αγορά Αθήνας), Academia de Atenas, Biblioteca Nacional e vi o prédio administrativo da Universidade de Atenas (sonho em fazer um curso lá!). Não consegui ir (infelizmente!), à Academia de Platão, ao Liceu de Aristóteles e ao Lykavittos.

Décimo dia na Grécia: a hora da despedida

Foi o único dia que eu efetivamente acordei tarde, já que todos os outros eu acordei bem cedinho. Despedida dá aquela nostalgia: era hora de arrumar bem a mala, marcar a memória de tudo que foi vivido e deixar outras marcas indeléveis no coração.

Ganhei muitos gestos de carinhos gregos quando conversava em grego com os locais, ganhei olhares de carinho e respeito por desejar falar uma língua tão peculiar… Ganhei olhares de admiração quando disse que tinha estudado grego antigo na faculdade, ganhei pedidos de promessa: “Volte para estudar grego aqui! Volte para Grécia!” Muitas perguntas: “Por que você fala grego? Tem pais gregos? Não? Ah! Gosta da língua!!! Volte para ficar mais tempo com a gente!”

O acontecimento interessante do dia ficou para o momento de pegar um táxi para o aeroporto. Como os valores são fixos, parei muitos táxis até que encontrei um senhor que falou o preço real e decidimos pegar. O fato é que ele estava com uma passageira no carro. A passageira gentilmente foi para o banco da frente enquanto eu e minhas amigas ficamos no banco de trás. O motorista apenas disse: “Não se preocupe! É normal aqui pegarmos duas viagens juntas!”. O motorista levou a 1ª passageira até o destino dela, sempre conversando com a gente em inglês e perguntando o que tínhamos feito… Com ela, falava em grego (e eu entendendo quase tudo!!!). Quando ele falou para ela que tínhamos visitado tudo que turista gostava, respondi em grego para ele que ficou surpreso! “Ela entende o que a gente está falando!” Portanto, até irmos para o aeroporto, demos uma nova passeada de carro por Atenas!

Saí de Atenas com a sensação de vazio, de não ter conseguido fazer tudo, ver tudo, experienciar tudo… Mas não se dá para viver um país em 10 dias… Aperto no peito. Será que vou conseguir voltar? Foi a primeira vez que terminei uma viagem triste, nostálgica… Com a certeza de que da próxima vez farei muita coisa diferente.

Terminei essa viagem sem aquela animação de planejar outra, sem sentir a necessidade de “beber mais da cultura mundial”. Acho que terminei satisfeita com tudo que vi, chateada com o que não consegui ver e sem planos de mudar essa minha insatisfação. Gostaria de voltar, mas não saberia como… Dentro do meu coração apenas reside aquela vontade imensa de fazer o curso de grego na Universidade de Atenas ou Tessalônica… É a única coisa que ainda me faz suspirar…

Eu me sinto como se estivesse lendo o “Capítulo das Negativas” de “Memórias Póstumas de Brás Cubas” (Machado sempre meu algoz!):

“Este último capítulo é todo de negativas. Não alcancei a celebridade do emplasto, não fui ministro, não fui califa, não conheci o casamento. Verdade é que, ao lado dessas faltas, coube-me a boa fortuna de não comprar o pão com o suor do meu rosto. Mais; não padeci a morte de Dona Plácida, nem a semi-demência do Quincas Borba. Somadas umas cousas e outras, qualquer pessoa imaginará que não houve míngua nem sobra, e, conseguintemente que saí quite com a vida. E imaginará mal; porque ao chegar a este outro lado do mistério, achei-me com um pequeno saldo, que é a derradeira negativa deste capítulo de negativas: — Não tive filhos, não transmiti a nenhuma creatura o legado da nossa miséria.”

ASSIS, Machado de. Capítulo CLX – Das negativas. In: Memórias Póstumas de Brás Cubas. São Paulo: Abril Cultural, 1971.

Voltando para o Brasil

Nesse caminho de volta, teríamos, dessa vez, uma noite em Roma. Para tanto, alugamos um quarto para dormirmos perto de Fiumicino (apartamento que alugamos, clique aqui). O dono do apartamento também oferece serviço de traslado tanto para ir do aeroporto até o apartamento, quanto a volta. O valor desse traslado estava em 6 euros por pessoa para cada viagem. O fato é que ele cobra no dia da ida até o apartamento o valor do traslado de ida e volta mais o valor de 2 euros de taxa turística (paga tudo de uma vez e, no caso do traslado de volta para o aeroporto, paga antecipado).

Depois de pagarmos tudo ao dono do apartamento, saímos para procurar a praia, já que o apartamento ficava perto, mas não achamos e acabamos por desistir e ir jantar. Para jantar, procuramos um restaurante bem italiano com boa comida e boa bebida. Devo confessar que depois que comi macarrão na Itália, fiquei bem mais exigente.

O aeroporto de Roma é caótico. Chegamos 3 horas antes e embarcamos em cima da hora. Não paramos muito para fazer compras não e ainda assim ficamos bem “em cima”.

Chegamos e fomos despachar a mala. Voamos de Alitalia e o guichê era único, com mais de 30 atendentes, de todos os voos. Fiquei com medo do despacho, bati todas as fotos possíveis e imagináveis da mala, mas despachamos. Fomos para tomar um café e seguimos para o portão de embarque… Andamos e andamos e nada de chegar na imigração (para entrar na Europa, fizemos imigração na Itália). Fomos ao reembolso de taxas para passageiros não-europeus até que finalmente chegamos à imigração. Era um “mar de gente!” (um mar mesmo, devia ter umas trezentas pessoas na fila!). Esperamos de 30 a 35 minutos para finalmente podermos embarcar.
Dica: vai fazer conexão em Fiumiccino? Chegue 4 horas antes e vá direto para o embarque!

Dicas finais!

Viaje! Viaje sempre!!! Descubra lugares, cheiros, culturas… Conheça outras formas de pensar.

Prepare-se, programe-se. Estude o lugar que quer visitar. Pesquise. Entre em grupos do Facebook, faça perguntas para quem já foi. Pesquise sempre.
Para viajar, não se esqueça:

Boa viagem!!!

Acompanhe os mapas de fotos dessa viagem!!!

Amigos que mudam nossa vida – Parte 3

Amizade é uma coisa que a gente não explica, só sente.

Eu me mudei de São Paulo para São Carlos em 2014 porque estava muito sufocante viver lá. Tudo muito demorado, muito perigoso, muito depressivo. Para viver esse processo de mudança, tive muita ajuda de duas amigas de infância: a Lia e a Tatiana Lina.

A Tati me recebeu na cidade, ajudou-me a procurar casa para morar e quando me mudei, o esposo dela me ajudou a arrumar muitas coisas em casa.

A Lia me ajudou em todo processo de mudança, ajudando-me, dias antes, com o seu próprio carro, a trazer muitas coisas que precisava, além de me ajudar a limpar a casa que eu iria morar. Naquele dia, dormimos no chão do que viria a ser o meu quarto, apenas com edredons como colchão. Não há o que pague alguém dormir em um chão duro com você só para te ajudar.

No dia do meu aniversário em 2014 – foto editada.

A Gláucia foi a primeira pessoa que conheci no trabalho. Ela me recebeu com um grande sorriso no rosto e se pôs a disposição de me explicar tudo sobre o campus e mais: colocou-se a disposição do que eu precisasse. E, mais tarde, eu saberia o quanto isso foi verdadeiro e importante para mim.

Já no começo de 2015, minha saúde deu uma piorada, mas comecei a tratar, fazendo exames, indo a médicos regularmente, até que, em junho chegou ao seu ponto máximo: era preciso fazer cirurgia. Nesse meio tempo, procuramos casa para minha mãe e meu irmão se mudarem e a mudança ocorreria em julho, com a minha mãe doente também. Foram tempos sombrios.

Eu e a Glaucita – começo de 2015.

Primeiro de julho de 2015, chegou o dia da cirurgia. Eu me internei um dia antes e sempre recebendo mensagens da Gláucia para saber se eu estava bem, se precisava que ela me internasse, se eu precisava de ajuda. Sempre se pondo à disposição.

A cirurgia que era para ser tranquila, durou 5 horas e rendeu mais de 30 pontos (era para ser videolaparoscopia!). Assim que saí, foi o primeiro rosto amigo que vi, trazendo-me coisas de higiene pessoal, conversando com médico e enfermeira e perguntando quando seria minha alta. Uma amigona!!!

Eu estava bem fragilizada, chorava à toa e a mãe da moça que estava ao lado da minha cama, sentiu pena por eu ficar tanto tempo sozinha e começou a me fazer companhia, a Manuela. Como ela estava com a filha ao lado, colocava a cadeira no meio do quarto e fazia companhia para as duas, depois da Manuela, entrou a mãe da Daniela Gavassa. A Dani, assim como a Manuela, fez muita companhia para mim, além de me dar o próprio telefone para que eu pedisse ajuda quando precisasse.

Foram 3 dias de hospital, quando chegou finalmente a hora de sair. A Gláucia foi me buscar, fez todas as perguntas burocráticas para o médico, pegou a receita de remédios, foi a farmácia e comprou tudo!!! Foi uma grana que naquele momento eu não tinha e ela comprou sem pestanejar. Levou-me em casa, comprou comida e passou a fazer visitas todos os dias. Levou ainda para farmácia de alto custo para eu pegar as injeções que eu precisava tomar, levou-me para primeira perícia no INSS (e na segunda também!). Fez tudo, absolutamente tudo que podia por mim. Acionou até a visita das assistentes sociais do trabalho para irem me ver em casa. Tudo porque não queria me ver sozinha e sem estar assistida.

Eu e a Glaucita em 2018.

Nada, nada nesse mundo pode pagar amizades assim porque tudo que se pode fazer parece pouco mediante ao que se faz pela gente no momento que a gente mais precisa.

Gratidão eterna pela amizade de vocês !

Namastê!!!

Histórias de viagem – Juderías da Espanha

Judería de Toledo

Antes mesmo de sair do Brasil, o conselho que recebi de um amigo foi “Visite as juderias da Espanha”.

Caí na primeira juderia por acidente: entrei pela muralha da cidade de Córdoba e estava lá.

O retorno da judería à estação de trem.
O bairro lindo!

As ruas são lindas, o comércio é maravilhoso. Fiquei deslumbrada, andei a esmo… Comprei lembranças… Andamos, comemos e, quando vimos, era hora de voltar para estação de trem… Aí bateu o desespero: como voltar? Como sempre fui muito boa em mapas (obrigada D. Ivone!!!), peguei um mapa para me guiar (na Espanha em toda cidade que fomos, ao entrarmos no quiosque de turismo local, pedimos um mapa e a atendente, alegremente, aproveita para explicar onde são os pontos turísticos que devemos ir). E, com tranquilidade, conseguimos voltar para estação de trem.

A minha segunda judería foi a de Sevilha e realmente a procuramos (eu e minha amiga!). É um bairro lindo e, mais uma vez, com muito comércio e lojas lindas.

A minha prova de fogo foi a judería de Toledo! Estávamos procurando por ela e, quando a encontramos não acreditamos: a sua entrada era exatamente em frente ao Museu de Inquisição de Toledo.

Estávamos com tempo para entrar no bairro e sair pelas “escaleras mecánicas” para ir até a estação de trem. Foi quando eu me perdi… Eu virava o mapa, marcava nossa posição com a caneta, andava dois passos e estava perdida de novo. Foi anoitecendo e o bairro foi escurecendo, as placas de ruas estavam mais “escondidas” e o desespero foi batendo.

Já era de noite quando atingimos as escaleras mecánicas, além da sensação de alívio, teve também a sensação de desespero, pois estávamos beeeeem longe da estação de trem, mas mesmo assim, a vista da Muralha de Toledo à noite foi magnífica!!!

Nesta foto já estávamos atrás das escadas mas não sabíamos!
O desespero estava passando, mas ainda não havíamos chegado à estação, porém foi irresistível olhar para trás e não bater essa foto.

Depois de Toledo o trauma foi grande (bateu desespero mesmo, gente!!!) e minha amiga me proibiu de entrar em qualquer outra judería na minha vida!!!

As dicas desse post: viaje com alguém que seja muito bom de mapas e de localização geográfica (podem me levar sempre!!!); dica 2: cuidado com as ruas da judería de Toledo!!!

Histórias de viagem – Madrid

A famigerada “Manteiga de Cacau”.

Fomos para Espanha no inverno e, chegando, lá aquele frio da “moléstia” sentimos falta de um item valioso: a manteiga de cacau.

Eu tentava ajudar hidratando os meus lábios com o nosso maravilhoso creme do pote azul, o nívea, mas não adiantava não. Uma noite, depois no nosso maravilhoso “Tour da Inquisição Espanhola a pé” (esse passeio é incrível, fica para um outro post!!!) sentimos falta de uma manteiga de cacau, já que os lábios estavam bem ressecados.

Era mais ou menos onze e meia da noite quando entramos em uma farmácia. Eu não conseguia me lembrar do nome e como pedir a manteiga em espanhol. Fiquei confusa e o dono da farmácia só disse “Faça mímica” (os madrileños são MARAVILHOSOS com os turistas). Imediatamente passei os dedos pelos lábios e ele pegou o blister. Peguei e agradeci. Era isso mesmo que eu queria e perguntei o preço. Sorridente, ele me respondeu: 5 euros (aproximadamente, 20 reais). Comecei a falar convulsivamente: “PQP!!!! Que caro!!! Jesus, Maria, José, Meu Deus do Céu!” (aqui vai uma dica que recebi: “quem converte, não se diverte”) Minha amiga, a mulher do dinheiro, deu-me um beliscão no braço, sacou o dinheiro, pagou e agradeceu. Quando saímos do estabelecimento, quase apanhei. “Você me mata de vergonha!”. Eu estava em choque, sem nem raciocinar. Até mesmo porque eu tinha esquecido na pia do meu banheiro a minha manteiga de cacau, aquela maravilhosa que me custou um real.

Dali por diante, passei a contar tudo em manteiga de cacau: menú del día, duas manteigas de cacau e meia; compras no mercado, uma manteiga de cacau; entrada no Reina Sophia e no Museu do Prado, duas manteigas de cacau…

Quando encontrei minha amiga Giuliete e contei a história, gentilmente ela me respondeu: “Você sabe que a gente não tem cacau aqui, né? Você sabe que o cacau atravessa o continente para chegar aqui, né?” E nós caímos na gargalhada!!! (Ninguém me faz rir tanto nessa vida como a Giuliete!!! Eu olho para ela e já sei o que ela pensa, o tom da voz, o jeito de falar… Eu me divirto demais com ela!). Pois é, eu fui atrás de manteiga de cacau porque fui no automático. Lá eles usam um tipo de bálsamo perfumado que vende no El Corte Inglés que, na ocasião, dava para comprar dois por uma manteiga de cacau.

A lição que fica: quando viajar para um lugar que esteja no inverno, não esqueça a manteiga de cacau.

Lição 2: se esquecer, pergunte o que é bom para lábios ressecados e não caiam no golpe da “manteiga de cacau”.

O Primeiro ano do Resto da minha vida… Parte 4

O Ano do MBA.

Comecei um MBA em 2017 em Gestão Escolar. Comecei o MBA porque estava há muito tempo sem estudar e estava desesperançosa em conseguir um mestrado.

A minha vontade de estudar era muita, mas começou errado e eu devia saber que me daria dor de cabeça.

Em julho desse ano comecei a escrever minha monografia de final de curso. Pensei a ideia e escrevi tudo em 15 dias… Sem ter orientador, apenas minha amiga professora doutora que queria ler o que eu escrevia.

Nesse processo, tive duas orientadoras e muitas dores de cabeça. Conforme foi chegando a data de fazer as provas e defender, fui ficando cada vez mais tensa. A equipe do MBA USP Esalq fez tudo o que foi possível para me ajudar, mas tudo dependia de mim.

Em 14 de dezembro, cheguei na Esalq. Eu tremia e rememorava tudo o que eu tinha estudado, nem pude curtir o campus lindo que é o de Piracicaba. Avisei minha mãe que tinha chegado e me dirigi para área do credenciamento. Não tirei foto, não fiz check in no Facebook… Queria que fosse como um “band aid” que fosse tirado rápido e aliviasse a dor. Cheguei na área da prova e quando fui me credenciar, a moça pegou meu RG e disse “- Ah, a Patrícia Andréa Borges!”. Eu entendi. Parece que eu era conhecida. Ela terminou de me credenciar e saiu, deixando um espaço vago na área de credenciamento da prova. Fiquei mais nervosa.

Cheguei à sala de avaliação e tudo dependia de mim, só de mim. Eu tinha estudado e não queria esquecer nada. Bateu o desespero e eu estava com medo de não ir bem. Não queria que ficasse uma má impressão de quem tinha uma nota maravilhosa ao longo do curso. Fiquei com nove na primeira prova e dez na segunda. Nove e meio na qualificação. Agora era a hora da defesa.

Eu não conseguia comer nada, meu estômago doía. Encontrei uma professora amiga que me aconselhou que eu ficasse calma. Fui ao banheiro e me confundi na saída… Encontrei outro professor grande professor da USP com quem fiz dois cursos… Ele me acalmou e eu disse “Que bom ver um rosto amigo” e me dirigi para minha sala de defesa.

Parei na frente da sala e mentalizei que tudo daria certo, que eu estava preparada e tinha estudado muito a minha monografia, o meu texto. Entrei na sala e estava muito nervosa, não consegui colocar a caneta de mudar slides e o professor perguntou se eu estava sozinha aí comecei a chorar: sim, eu estava sozinha porque ninguém tinha ido comigo, porque tive problemas de saúde na família, porque tinha escrito tudo sozinha. Sim, eu estava sozinha. Sempre sozinha.

Terminou a apresentação e comecei a ouvir a banca. Foram tantos elogios, tantas coisas boas que meu corpo se desligou. Ouvi da professora que meu objeto tinha sido muito bem delineado, que minha escrita era incrivelmente boa e generosa com o leitor porque eu não deixava nenhuma questão levantada sem uma resposta. Eu era boa, eu escrevia bem e tinha feito tudo certo naquele trabalho. Fui aprovada com nota 10, sem alteração no texto escrito, sem acrescentar e nem tirar nada. O texto estava ótimo. O professor me deu duas sugestões que não precisavam ser acrescentadas no trabalho se eu não quisesse, porque meu texto estava ótimo, mas se eu quisesse complementar com as sugestões, ficaria bom também.

Saí de lá como se estivesse nas nuvens, como se flutuasse. Eu não sentia nada, eu nem estava lá. Parei para tomar um suco e encontrei a professora da minha banca e ela sorriu para mim. Não tirei fotos, eu só queria ir embora de tudo. Eu só queria sumir.

De Piracicaba para São Carlos daria mais ou menos uma hora e meia. Levei quase duas e meia porque precisei parar por causa de cãibras. Tive tantas que precisei parar porque não conseguia dirigir mesmo.

Toda tensão tinha acabado. Tudo tinha acabado. Finalmente tudo tinha acabado.

2018 acabou e eu sobrevivi.

MBA terminado e troféu de conquista.

O Primeiro ano do Resto da minha vida… Parte 3

O André voltou a tocar!!!

André Moreno – Recital Unesp 2012.

André Moreno é meu irmão mais novo, tem 34 anos e é Asperger, ou seja, é autista com altas habilidades, neste caso, para música.

O André começou a estudar música com 8 anos porque minha mãe queria que ele estudasse algum instrumento para poder sair do “mundo dele”, já que, apesar de não diagnosticado, ela sabia que ele tinha algo diferente. Aliás, minha mãe tentou com todos os filhos um instrumento, mas o artista era para ser o André mesmo.

Ele aprendeu a ler a escala musical toda em menos de um mês. Teve professores incríveis ao longo da carreira musical: Sandra Klan, a primeira professora de música; Elda, que continuou o trabalho da professora Sandra e o encaminhou para o Conservatório Beethoven. No Conservatório, o André foi bolsista do Instituto Beethoven, de Yara Perrotti e Miguel Perrotti (in memoriam), que possibilitou um grande aprendizado e uma caminhada linda dele pela música. Ao sair do Conservatório Beethoven, André foi apresentado ao Prof. Miguel Laprano, pela aluna Caroline Martinez, e essa parceria durou 8 anos. Foram grandes 8 anos de parceria, de muita dedicação (de ambas as partes), muita músicas lindas, grandes apresentações.

O André teve alguns percalços: dois dias antes de uma grande apresentação caiu e torceu dois dedos da mão, o que causou problemas no nervo da mão. Foram longos meses de fisioterapia para poder voltar ao piano.

Em 2015, ele e minha mãe vieram morar em São Carlos. Desde então, parou de tocar porque, além de estar sem professor, o piano desafinou no transporte da mudança. Chegando aqui, minha mãe mandou afinar e a afinação não durou nem uma semana. Foi quando minha mãe descobriu que o afinador era um tremendo de um picareta e sequer sabia o que estava fazendo, ele queria mesmo era vender um piano que tinha na loja.

Nesse período, minha mãe conheceu pessoas que indicaram professores para ele, mas todos queriam cobrar muito alto pelas aulas e, infelizmente, sendo minha mãe aposentada com salário mínimo, não seria possível pagar, considerando que o André sempre foi bolsista pelo talento dele, porque ele é muito talentoso mesmo.

André Moreno – Dança de Negros – Fructuoso Viana

Neste ano de 2018, a nossa cachorrinha Sasha ficou doente. Apareceu um caroço nas costas e levamos para Dra. Anneliese Baetz Buzatto, da Clínica Ameve que, depois de exames, descobriu que era um câncer exoesquelético e que precisava ser urgentemente operada. Essa notícia devastou a família, já que a pequena Sasha é a cachorrinha do André e eles são muito, muito apegados. Minha mãe, para cirurgia, pegou as economias que ela estava juntando para mandar afinar o piano, já que o último orçamento feito, em 2016, passava de três mil reais. O maior problema nesse valor é que queriam que fosse pago quase à vista. Como uma pessoa que ganha salário mínimo consegue pagar um valor desse à vista?

Sashinha

Dra. Anneliese, além de se sensibilizar com a história e dar um desconto no tratamento da Sasha, que era para ajudar na afinação do piano, começou uma “corrente do bem” e nos apresentou um amigo, que sempre espalha sementes de boas ações e foi na casa da minha mãe com outra amiga, que é apaixonada por piano e aí começaram as coisas boas… A amiga falou com o professor de piano dela, apresentou o André, e o professor se propôs dar aulas gratuitas para o meu irmão e, os dois amigos, empenhados em arrumar o piano do dele, estão fazendo ações para ajudar na questão do instrumento. E, com essa corrente do bem, iniciada para pela dra., meu irmão ganhou de volta o sorriso, a felicidade e a alegria de voltar a sentar no piano e fazer o que ele mais gosta: tocar piano.

Obrigada a todos que fizeram esse ano tão especial para o meu irmão.

Página do André no Facebook: André Moreno – Pianista

Envelhecer

Tem sempre alguém em algum lugar lendo, ouvindo ou aprendendo alguma coisa pela primeira vez. Só me dei conta disso há pouco tempo. Sempre me perguntava: “Por que a TV é sempre tão repetitiva ao explicar coisas que já sabemos há anos?” Depois eu entendi que, para alguém, é a primeira vez.

Entender isso é ótimo, mas também é perceber que se já ouvimos tantas vezes é porque estamos envelhecendo e o mundo está começando a ser óbvio demais. As informações são sempre as mesmas e o “acontecer” é cíclico; a história sempre se repete, mas é sempre inédita porque aquilo só pode acontecer naquele determinado contexto. Louco, né?

Como faz para entender que aquela pessoa que você viu nascer, hoje já tem trinta anos, é profissional respeitado e conceituado, tem casa, filhos e responsabilidades? Como fazemos para entender que não é mais uma criança que está aprendendo e “ouvindo” aquela informação pela primeira vez? Estou achando bem difícil e olha que nem tive filhos! Imagine para quem teve filhos?

Eu ouvi minha mãe me dizer, um dia desses, dos altos 70 e poucos anos: “Eu gosto dessa nova geração de médicos, eles são curiosos!” É verdade e ela já entendeu o que eu demorei muito para entender: os melhores profissionais não estão apenas na geração que eu conheço e me identifico; grandes profissionais estão surgindo de um novo aprender. Um aprender mais conectado, mais globalizado, tão diferente dos meus dias de escola, sentada na carteira, apenas prestando atenção no professor. Hoje o aprender e o ensinar são outras coisas: podemos indicar um vídeo no YouTube para explicar de outra forma o que acabamos de ensinar, já que há múltiplas formas de aprender; podemos aprender com os nossos mestres no Twitter e no Facebook (sim, eu tenho alguns mestres lá esbanjando conhecimento e percepção da realidade todos os dias, como Sírio Possenti, Marcos Bagno, Paulo Chagas, Rosane de Sá Amado entre outros).  É possível aprender e ouvir coisas novas todos os dias nas redes sociais.

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Enquanto isso, vou absorvendo o envelhecer, o entender que novas gerações chegam, que os que vimos nascer não serão mais crianças e estão no mesmo processo do envelhecer. E confesso: para mim envelhecer está sendo um processo de percepção e eu digo percepção do mundo, daquilo que eu penso, daquilo que eu vejo, daquilo que eu aprendo. Porque, ouvir algo pela primeira vez nos faz perceber que mesmo envelhecendo ainda temos o poder de apreender o inédito.

O tempo para

Comumente dizemos por aí que “o tempo não para” e eu quero discordar.

Quando perdemos alguém que amamos o tempo realmente para: nunca mais ouviremos a voz, nunca mais ela fará aniversário e não mais a veremos envelhecer… O tempo suspende, a vida continua, mas, naquele momento tudo para.

Quando uma mãe ou um pai perde um filho, eles nunca mais poderão ouvir a voz, vê-lo crescer, formar-se, casar-se e constituir uma família. Coisas bobas, como dar uma bronca, chamar para levantar de manhã e almoçar juntos no domingo, nada mais acontece. Neste sentido, o tempo é cruel pois não nos dá tempo de ter tempo e de assimilar que tudo para, mas ao mesmo tempo, continua.

Quando um filho perde uma mãe ou um pai, esse filho não poderá mais conversar, pedir conselho, almoçar no domingo, jogar conversa fora, ouvir bronca, sentir um abraço, dar um beijo carinhoso, comer aquela comida gostosa que só ela sabe fazer… O tempo para, mas continuamos sempre vivendo.

Quando o tempo para, bate aquele vazio, como se alguma coisa fosse retirada a força, como se fosse arrancado do peito… Esse vazio é o tempo que não mais teremos, é a falta de tempo de todas as histórias não vividas, de todos os abraços não dados, de todas as vezes que ficamos com raiva das broncas que tomamos, de todas as vezes que preferimos estar em outro lugar do que estar com aquele que não teremos mais tempo.

É, o tempo para, mas inexoravelmente, ele anda, ele corre, devora-nos e nos consome e de repente sentimos que não há tempo a perder. Somos todos perecíveis ao tempo.

Agradeça quando alguém te oferece tempo, dê tempo para os que ama. Nada é mais precioso do que o tempo: está disponível para todos, é de graça, ao mesmo tempo, valiosíssimo. Desperdiçamos a todo momento. Que ironia! Quando tudo se tem é tempo, tudo que se perde é tempo. Tempo que não volta, tempo que não se recupera, tempo que não tem preço.

Não perca tempo, porque o tempo para.